A aposta nos relançamentos

No ano de 2025 houveram, até então, vários fenômenos diversificados no mundo do cinema. Diferentes ondas de produções ficaram em destaque, como os lançamentos dos live-actions/remakes de obras consagradas, o sucesso dos animes nos serviços de streaming, a surpresa nos números da animação chinesa Ne Zha 2, as cinebiografias e, por fim, a aposta nos relançamentos de filmes de décadas atrás.

Toy Story, Harry Potter e o Cálice de Fogo, It: A Coisa, Interstellar, De Volta Para o Futuro e animações do Studio Ghibli são alguns dos exemplos de filmes que ocuparam ou ainda vão ocupar as salas de cinema neste ano de 2025. O retorno de grandes clássicos do cinema tem se tornado cada vez mais comum neste mercado, seja por um saudosismo carregado pelas gerações anteriores ou por um desejo das novas gerações de assistir aos filmes que não conseguiram ver no ano de lançamento.

Interestelar (2014). Reprodução: Warner Bros. Pictures

O próprio padrão na escolha dos filmes denuncia uma certa “segurança” por parte das produtoras. Maquiados por “experiências IMAX” ou “comemoração de X anos” do lançamento original das obras, embora os números não disputem com os lançamentos de 2025, ainda representam uma quantidade significativa de espectadores.

O aspecto positivo dessa aposta é, não só a valorização de obras consagradas que marcaram a história do cinema, como também a criação de uma nova oportunidade para quem ama estes filmes antigos. O padrão tende a se desenvolver com o passar do tempo, um indicativo disso é o aumento no número de relançamentos no ano de 2025, em comparação com a quantidade presente no ano de 2024.

Entretanto, com o aumento no número de relançamentos e uma possível mudança no padrão do público, a tendência das “obras requentadas” aumenta. Há um risco acerca das salas ocupadas, já que a grande questão é um filme antigo entrar no circuito e concorrer contra os novos lançamentos do ano. O mercado da sétima arte está em uma situação inflacionada, e, muitas vezes, o público deve escolher entre um filme em detrimento de outro, sem a possibilidade de assistir a dois ou mais em cartaz.

Nessa aposta, os estúdios e distribuidoras ocupam o lado mais seguro da mesa, suscetível a uma chance maior de ganho, mesmo com apostas altas. Por outro lado, para o público, a maior aposta é a de assistir a um lançamento atual, tendo em vista que existe a incerteza, tanto na experiência em si, quanto se vale a pena apostar em uma coisa nova, ou se manter no conforto daquilo que já é conhecido e consagrado.


Allan Victor

Formando do curso de jornalismo na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Fundador do canal do YouTube sobre cultura pop e história intitulado Pop Show TV.

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