Ler As sementes de Mayu Killa foi uma experiência marcante. Embora seja uma obra de ficção, inspirada em uma vivência do autor em uma de sua viagens de moto pela América do Sul, o livro consegue prender o leitor de forma intensa, conduzindo por uma narrativa repleta de emoção e humanidade.

A trajetória da personagem principal é poderosa: desde a infância em sua terra natal até os últimos momentos de sua vida, acompanhamos dores, perdas, violências e também o despertar de uma força transformadora. O que mais me impressionou foi a maneira como essa mulher, aparentemente frágil, se ergueu como uma verdadeira guerreira, movida pela crença em seus ancestrais e pelo desejo de lutar por aqueles e aquelas que sofreram abusos semelhantes.

O enredo denuncia as injustiças de um sistema sustentado pelas elites políticas e econômicas, revelando como a opressão recaiu sobre meninas indefesas. Ainda assim, mostra a coragem de quem não se cala diante da barbárie. É impossível não se emocionar com as batalhas travadas por Mayu Killa — contra a miséria, contra o medo, contra a fúria dos poderosos — e, principalmente, com a sua determinação em transformar dor em resistência.

Mesmo parecendo que este depoimento revela muito da história, na verdade é apenas um convite. O livro é tão envolvente que consegui lê-lo em apenas duas tardes, sem conseguir desgrudar das páginas. Recomendo fortemente a leitura: é uma narrativa que emociona, provoca reflexões e deixa marcas profundas.

Parabenizo o autor, Paulo de Tarso, pela sensibilidade em retratar nessa obra a luta de um povo que sobrevive enfrentando os poderosos em busca de uma liberdade que deveria ser um direito de todas as pessoas.

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Júnior Patente

Júnior Patente, profissional de comunicação desde 1984 em Rádio, Jornal, TV, Assessoria de Comunicação e Internet, professor de Geografia. Pai atípico, tem como meta hoje trabalhar pela inclusão de Pessoas com Deficiência.
Instagram: @junior_patente

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