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Na última sexta-feira (11), o Ministério Público denunciou Osório José Lopes, conhecido como pastor Osório, pelo crime de estelionato. Ele é acusado de aplicar golpes em que prometia retornos financeiros astronômicos.

O pastor Osório, que é da igreja Evangélica e é cego, se aproveitava de um discurso religioso para atrair as vítimas nas redes sociais.

Antes da denúncia, ele já era réu em Goiás, segundo reportagem do Fantástico, da TV Globo. A polícia informou que ele já havia deixado um prejuízo de R$ 15 milhões, se somado todo o dinheiro dado a ele por pessoas que acreditaram em sua história.

Dessa vez, o pastor aplica seus golpes em São Paulo. Uma das vítimas é um empresário paulista, que conta que o pastor oferecia um retorno financeiro altíssimo: mais de R$ 2 quatrilhões, um valor que supera as fortunas das dez pessoas mais ricas do mundo somadas.

O empresário depositou R$ 300 mil para o pastor Osório. Ele depois entrou em uma batalha para receber o seu dinheiro de volta. O pastor devolveu apenas R$ 90 mil e um carro importado, que o empresário afirma que não queria.

Se não bastasse, o empresário se envolveu em um grave acidente com o carro quando dirigia em uma rodovia. “De repente, eu vejo soltar o eixo da roda traseira do meu lado que voou para a outra pista. O carro capotou”, conta.

Ele ficou seis meses sem conseguir andar: “Em alguns momentos eu achei que não resistiria aos traumas, as fraturas, as sequelas”.

A advogada de Osório afirmou, em nota, que o carro capotou por excesso de velocidade. Ele promete pagar os credores.

Golpe no Distrito Federal

Em outro golpe, uma mulher, que também é pastora, chegou a vender um apartamento no Distrito Federal e transferiu R$ 300 mil direto para a conta de Osório. O caso foi registrado em junho de 2021 em São Paulo, onde ela reside atualmente.

Segundo declaração para a polícia, a filha da vítima mantinha um relacionamento com o pastor, com quem teve um filho. A proximidade familiar levou a pastora a confiar em Osório para fazer um investimento de R$ 15 mil no que ele chamou de Letra do Tesouro Mundial, supostamente lastreado em ouro e com valor “bilionário”.

Depois, fez a venda do apartamento. Ela conta que recebeu uma cópia do “termo de acordo e participação financeira e confidencialidade”, mas sem qualquer garantia sobre como os valores aportados seriam operados.

À vítima, o pastor disse que os papéis foram um presente, após ele ter supostamente feito uma série de orações para uma pessoa. Segundo Osório, os títulos teriam autorização do governo federal, por meio do ministro Paulo Guedes, para serem pagos. Ele também falsificava os documentos com logos do Bando Mundial e Banco do Brasil.

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