Crítica: Wicked Parte 2 fecha a história e supera o antecessor em alguns aspectos

Crítica sem spoilers

Após um ano de espera, a segunda (e última) parte do aclamado musical Wicked chegou aos cinemas. Lançado em 20 de novembro de 2025, Wicked: Parte 2 apresenta a continuação e o desfecho do primeiro filme. Estrelado por Ariana Grande (Glinda) e Cynthia Erivo (Elphaba), o filme parte do mesmo ponto em que o anterior havia finalizado e, sem muitas delongas, desenvolve a história sem recapitulações ou diálogos excessivamente expositivos.

O primeiro ponto de destaque do filme é percebido logo nos primeiros 15 minutos. O ritmo, nem muito acelerado ou lento, age de uma maneira equilibrada no decorrer do enredo. Uma grande cena de ação logo na introdução confirma que, tanto a escala, quanto a urgência da obra possuem um tom muito diferente em comparação com a primeira parte. De fato há um perigo eminente e as ações das personagens têm repercussões que mudam a trama.

Os problemas de ritmo presentes no primeiro filme foram solucionados da forma mais prática possível: uma duração menor. Em comparação com o primeiro filme, que conta a história em 2h40, o segundo filme foi no caminho oposto e reduziu esse tempo para 2h17. A produção trabalhou de uma forma bastante desapegada e realmente existe a sensação de que muitas cenas foram cortadas, exemplo que deveria ser seguido na primeira parte, que possui um ritmo inconstante que tenta mesclar o drama com as cenas musicais de uma forma, por vezes, não muito satisfatória.

A ação é bem mais presente no segundo filme, o que justifica o orçamento de U$165 milhões, ligeiramente maior que o da primeira parte (U$145 milhões). Além da ação, novos cenários da Terra de Oz são explorados e novidades nas caracterizações das personagens são mostradas ao público.

Tanto a música, quanto as atuações e o design de produção se mantêm no mesmo nível do primeiro filme. O roteiro exigia que personagens como Fiyero (Jonathan Bailey) e Boq (Ethan Slater) apresentassem um drama mais convincente e ambos os atores conseguiram se destacar com relação ao restante. No geral, embora haja esses dois destaques para o filme, as atuações estiveram em uma média entre altos e baixos, que não chegam a comprometer negativamente a qualidade da obra em si.

Portanto, Wicked: Parte 2 consegue cumprir tudo aquilo que propõe e entregar um desfecho satisfatório para a história. Além de um bom ativo artístico, a obra também tem o potencial de superar o primeiro filme financeiramente. A segunda parte de Wicked tornou-se, até então, a maior pré-estreia do ano (U$30 milhões em bilheteria nos EUA), superando Superman e, segundo a projeção de especialistas, arrecadou cerca de U$180 milhões no primeiro fim de semana.

Embora o filme tenha poucas chances de chegar com força na disputa de premiações como para atuação, roteiro adaptado, direção e fotografia, outros aspectos da produção podem colocar Wicked: Parte 2 para concorrer a prêmios técnicos, como maquiagem, figurino, design, edição e música/trilha sonora. O saldo no fim é positivo e há mais méritos que deméritos para a obra como um todo.

 

Wicked. Reprodução: Universal Pictures


Allan Victor

Formando do curso de jornalismo na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Fundador do canal do YouTube sobre cultura pop e história intitulado Pop Show TV.

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