Entre Monstros, fuga e Ícone: O verdadeiro terror está na tela
Divulgação/O Maníaco do Parque (Prime Video)
Com o Halloween à espreita, é impossível não notar como os streamings decidiram dar um gostinho de terror, mas não com fantasmas ou zumbis — o verdadeiro horror é real, e mora nos bastidores das prisões, fugas e assassinatos que dominaram as telas nos últimos tempos.
Recentemente, a produção brasileira sobre o Maníaco do Parque (Prime) fez o público prender a respiração com uma narrativa envolvente. O nome de Francisco de Assis Pereira, responsável por uma série de assassinatos brutais na década de 90, voltou a ecoar. É chocante imaginar que a data de sua possível soltura, que se aproxima (2028), poderia trazer à tona um dos maiores pesadelos de São Paulo. Isso chega como uma premonição sinistra para o Halloween por que, o que poderia ser mais assustador que saber que o monstro real poderá, em breve, andar entre nós?
Essa onda de narrativas criminais não para por aí. Se a fuga cinematográfica do "À Solta: Amor em Fuga" (Netflix) não prendeu sua atenção ainda, é hora de parar e repensar. Imagine um preso sendo ajudado a escapar por uma agente penitenciária, tudo em nome de um romance que beira o delírio. Soa como ficção? Pois bem, foi a realidade que virou documentário. O mundo real, às vezes, parece querer competir com a mente dos melhores roteiristas.
Outra história que, há anos, não assombra a cabeça de muitos brasileiros é o caso de Elisa Samudio. A produção “A Vítima Invisível”(Netflix) joga luz sobre as cruéis engrenagens que tiraram a vida de uma mulher jovem e cheia de sonhos, assassinada a mando do goleiro Bruno que já está livre com direito a torcida e fãs. Ainda hoje, culpabilizar a vítima é um reflexo assustador da sociedade que, ao invés de responsabilizar o algoz, aponta o dedo para quem já não pode mais se defender. Elisa, infelizmente, foi vítima duas vezes: do crime e do julgamento público. O futebol, que poderia ser palco de alegria, se mancha com crimes bárbaros e fantasmas que parecem não serem de fato caçados. Imaginem que campos são como as florestas dos filmes de terror…
Já a saga dos irmãos Menendez, que ganhou frescor na memória coletiva com documentário e mini-série recentes como Monstros: A História dos Menendez (Netflix), é um verdadeiro banho de água fria. O caso dos dois jovens que assassinaram os próprios pais em um luxuoso bairro de Beverly Hills ainda divide opiniões: monstros ou vítimas de anos de abusos? A soltura deles, especulada por muitos, talvez seja um alívio para quem acompanha esse emaranhado de violência familiar. Terror gera terror.
Mas nem só de horror e crime vive o streaming ou nossa atenção. Esta semana, outro encontro agitou a cultura pop brasileira: Narcisa Tamborindeguy e Inês Brasil juntas no palco do Lady Night, com Tatá Werneck. Uma reunião que ninguém sabia que precisava, mas que explodiu em memes e gargalhadas. Narcisa, com seu "Ai, que loucura!", e Inês, a rainha das redes sociais e ícone do humor nonsense e subversivo numa vibe bem ‘evangê’ “Graças a Deus”, dividiram o palco em um show de espontaneidade. Para mim, o caos (des)ordenado numa prévia de fugitivos do CAPs.
Entre o terror real dos criminosos e as risadas do absurdo, ficamos no meio, a la Tatá.. só rindo, sorrindo. Talvez esse seja o segredo para sobreviver à loucura dos dias: equilibrar o sombrio com o cômico, o crime com a arte. E se ainda restam dúvidas sobre o que assistir no Halloween, eu diria: escolha algo que te faça questionar a realidade, mas não esqueça de deixar espaço para rir do absurdo da vida.
E você, o que está na sua lista de terror (ou risadas) essa semana?
Laís Sousa
Jornalista-marketeira-publicitária comunicando em redes sociais de segunda a sexta. Escritora e viajante nas horas cheias e extras. Deusa, louca, feiticeira com trilha sonora em alta. Leitora, dançarina e pitaqueira por esporte sorte. Vamos fugir!@laissousa_
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