Quando a Liberdade Grita e a Cegueira Aplaude
Foto: portal.fgv
Ah, a nossa querida liberdade de expressão, que ultimamente tem sido alvo de debates acalorados, principalmente quando se trata de redes sociais e suas repercussões. A plataforma X, com seu discurso pesado e fake news a rodo, foi finalmente colocada em xeque pelo Supremo Tribunal Federal (STF). "Censura!", gritaram os mal intencionados. Mas será mesmo?
Censura é uma palavra forte, carregada de história e sangue derramado. Ela nos lembra dos tempos sombrios em que a voz do povo era calada à força, quando expressar uma opinião contrária ao regime resultava em sumiço. Mas, meus caros, bloquear uma plataforma que promove o caos e a desinformação desenfreada não é censura. É, na verdade, uma medida de proteção ao que resta de sanidade em meio ao turbilhão de teorias conspiratórias que assola nossas timelines.
Aqui, é importante reconhecer a atuação do ministro Alexandre de Moraes, que, com pulso firme, deu um basta nessa algazarra digital. É fácil gritar "censura!" quando seu conceito de liberdade de expressão envolve espalhar mentiras que desestabilizam um país. O verdadeiro perigo, fugitivos, é normalizar o caos, a ponto de aceitá-lo como parte do nosso cotidiano digital.
E, falando em caos, que tal falarmos de Pablo Marçal? Sim, aquele mesmo que alguns já chamam de "o próximo Bolsonaro" (bate na madeira), mas que na verdade é um empreendedor digital com discursos motivacionais que fazem Tony Robbins parecer um amador, rs. Ele já foi chamado de tudo: coach, messias, guru, e agora, potencial candidato. Mas, se você acha que ele só faz palestras para mentes famintas por autoajuda, engana-se.
Marçal navega pelas redes sociais como quem sabe manipular seus algoritmos e, claro, as emoções das pessoas. O problema é que sua presença digital é tão problemática quanto uma catástrofe natural: imprevisível e destrutiva. Suas mensagens são uma mistura de religião, economia de palco e aquele tempero de "só eu tenho a resposta para os seus problemas". E agora, como candidato, o risco é ver um discurso vazio, mas atraente, ganhar tração entre aqueles que buscam soluções fáceis para problemas complexos.
As plataformas, porém, têm tentado dar um jeito no "guru digital", o que, convenhamos, já demorou. Irregular nas redes, suas práticas de divulgação chegam a ser tão enganosas quanto uma pirâmide financeira bem disfarçada. E no cenário atual, em que a palavra "fake news" virou praticamente um mantra, permitir que Marçal continue a se propagar sem controle é como entregar a chave do galinheiro para a raposa. Perigo para São Paulo, perigo nacional!
Mas, se você acha que já vimos de tudo, segura a marimba, mon amour. A advogada e influenciadora Deolane Bezerra, virou manchete não pelas suas polêmicas, mas pela prisão, acompanhada da mãe. A “Dra.” foi detida e não se pode esquecer que estamos falando de um sistema judicial que, por mais falho que seja, precisa ser respeitado. Deolane costuma ser uma personificação da cultura do "tudo pode" nas redes sociais: desafiar, provocar, se colocar acima — até que, um belo dia, o tapa na cara da realidade chega em formato de Polícia Civil na porta.
E como todos esses assuntos se conectam? Simples: são todos exemplos de como a liberdade de expressão e as redes sociais se tornaram arenas de batalha onde tudo parece possível. Mas é preciso lembrar que a verdadeira liberdade não é a de fazer o que se quer sem consequências, mas sim a de viver em um mundo onde as regras são justas e aplicadas a todos.
Na era da informação instantânea e da desinformação igualmente veloz, a responsabilidade pelo que dizemos e fazemos nunca foi tão grande. É preciso mais do que nunca, discernimento para separar o que convém e tem (o mínimo de) razão, para não confundir a defesa da liberdade com a promoção do caos.
Entre censura mal entendida, candidatos questionáveis e influenciadoras em apuros, navegamos essa semana. Em um mundo onde a liberdade de expressão é frequentemente confundida com licença para a desordem, é fundamental lembrar que viver em sociedade requer regras, limites e, acima de tudo, responsabilidade. O jogo ficou sério e não adianta ter bilhões ou se fortalecer nas massas. Não podemos permitir que a desinformação, os discursos vazios ou a cultura do "tudo pode" nos levem ao ponto da verdade e da justiça se tornam reféns.
Que possamos, então, valorizar os esforços para manter a ordem, reconhecer os riscos daqueles que buscam poder sem responsabilidade e entender que a liberdade verdadeira está em respeitar tanto os direitos quanto os deveres que nos unem. Esse parece um horizonte de progresso na independência, Brasil!
Laís Sousa
Jornalista-marketeira-publicitária comunicando em redes sociais de segunda a sexta. Escritora e viajante nas horas cheias e extras. Deusa, louca, feiticeira com trilha sonora em alta. Leitora, dançarina e pitaqueira por esporte sorte. Vamos fugir!@laissousa_
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