O papelão da Folha não é de Jornal
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Foi com um mix de surpresa e satisfação que soube que a Folha de S. Paulo foi barrada na coletiva de imprensa da Anitta. A justificativa? "Não credenciamos". Claro e direto, como uma poderosa rima de funk. Mas vamos combinar: a verdadeira razão que a cantora e sua assessoria não deram, eu posso especular com a experiência de quem, vez ou outra, sente vergonha alheia no jornalismo.
Antes de começar, cabe um lembrete: o jornalismo é, ou deveria ser, um compromisso que combina o rigor da verdade com o respeito pela dignidade humana. Não é de agora que a Folha vem se passando por papel de… [higiênico]. Lembremos aqui de alguns dos episódios que ficaram gravados na nossa memória;
Quando Glória Maria partiu, a Folha conseguiu a façanha de ofuscar uma vida dedicada ao jornalismo com uma chamada racista e insensível. O que deveria ter sido uma homenagem virou uma análise fria e um tanto reducionista de sua carreira e vida pessoal. A “Rainha da Sofrência” merecia um tributo à altura de seu talento e legado, mas a Folha preferiu embarcar numa exploração sensacionalista que beirou o grotesco. Ousaram reduzir Marília Mendonça, uma das vozes mais potentes do sertanejo, a um corpo, logo após sua trágica morte. E, mais recentemente, no caso de Rita Lee, a eterna rainha do rock, o jornalismo moralista da Folha tratou de pôr em palavras o que o machismo mais raso sempre quis dizer sobre a nossa Rainha do Rock: que ela era “difícil”. Difícil mesmo é engolir o que a Folha vem publicando.
Esses casos expõem algo mais profundo e perturbador, um papelão pelo qual continuam a se prestar alguns meios: a redução das mulheres a meros corpos, a detalhes superficiais, ignorando suas conquistas, suas lutas e seu verdadeiro legado. Não é só uma questão de mau gosto; é uma questão de misoginia e sexismo embutidos, velados por uma suposta neutralidade jornalística.
Quer uma prova cruel? Nesta semana Silvio Santos nos deixou. A Folha definitivamente não reduziu sua biografia a comentários sobre suas piadas de tiozão, jogando baixo como tem feito com mulheres. Mas que justo! Silvio não merece menos que ser lembrado como a lenda e referência que ele foi, sem as amarras do preconceito ou da banalidade.
Mas não é à toa que Anitta, ícone de uma geração que não engole desaforo, decidiu colocar um "não" bem grande na lista de convidados para sua coletiva. Um eufemismo para "não compactuamos com quem insiste em nos desrespeitar". E, mais uma vez, estou aplaudindo a patroa de pé, pela coragem e posicionamento necessário.
Enquanto isso, espero que na redação da Folha, as páginas estejam caindo ao invés de se fazerem desentendidos sobre o porquê do veto. A narrativa que escolhem, constroi a imagem de quem lê. Se insiste em tratar as mulheres como figuras secundárias, não se espante quando essas mesmas mulheres resolvem desprezar o trabalho sem qualidade, que a tempos não é sinônimo de jornalismo sério e respeitado.
Agora, mudando de assunto para algo mais leve e menos sórdido: o Festival de Inverno da Bahia começa nesta sexta, e lá estarei, como no ano passado, flagrando alguns momentos para a Mega Rádio. Enquanto a Folha fica de fora das coletivas da Anitta, eu estarei na pista, registrando tudo de perto, para garantir que você não fique de fora.
Voltando ao exercício da profissão com humildade, prezo a viver intensamente, saborear o evento, e escrever de forma que, diferente da Folha, te faça rir, refletir e, acima de tudo, valorizar a quem alcança seus holofotes. Eu escrevo com orgulho e, sobretudo, com respeito.
Folha [des]querida, você é grande mas parece não saber o tamanho da força das mulheres. De tanto você se passar, enfim, a gente aprende a não passar pano.
Nos vemos no FIB, e não esquece: algumas coisas boas são de graça, mas o papelão, esse sim, custa caro!
FIB 24
“Ai Amor”! Nando Reis e Anavitória iniciam o Festival de Inverno da Bahia partilhando a vida boa em forma de "N" canções. “É tão singular” que a gente lembra até do amor que nem viveu para declarar “dengo” e “chamego” de pupila dilatada. Por aqui, “a gente junto”, “espalha amor”. “Perdoa", fica difícil não “explodir”. "Relicário" se torna a chave para abrir o baú das melhores memórias que faremos nesta edição, enquanto "Amarelo, Azul e Branco" colore o FIB de orgulho e calor. Comemoramos 18 anos e não tiramos “All Star” por nada nesse mundo! Hoje, a vibe é "Dê Um Rolê" pelo amor e pela música, porque "As Coisas Tão Mais Lindas" quando Nando e AnaVitória estão no palco. Tá lindo demais, é pra se perder de amor e não achar mais o caminho de volta. Se você está no “agora eu quero ir”, a gente aqui “não passa vontade”: FICAAAAAAAAA!
A gente sabe exatamente o que fazer com “essa tal liberdade”! A nostalgia que nos invade ao som de SPC é o “que Se Chama Amor". "Depois do Prazer" ou antes dele, tanto faz, o importante é que hoje até a barata da vizinha vai se perder na voz e no molejo de Alexandre Pires. Quando o "mineirinho" começa, “tarde demais”! Se você não dança quando toca "Sai Da Minha Aba", bom sujeito não é - o problema tá na cabeça ou no pé?! Ninguém resiste ao groove desse pagode que atravessa gerações. Nossa, que honra, que privilégio ter em nosso FIB esse reencontro. O sentimento é tão intenso que mistura “tão só” com “minha metade”. Aqui, não tem como contrariar: o show é pra ficar na memória e no coração. Já tá virando saudade de novo, Deus me livre!
Atenção, passageiros do voo 2024, com destino ao FIB: Xand Avião aterrisou no palco! Quem segura essa "casinha" quando ele decola no forró? É só uma “matadinha de saudade” e “algo mais”. Em levar às alturas o comandante é "nota Dez". Aqui a gente sempre esteve pronto para voar: com Xand Avião, o FIB só pousa quando o último acorde soar. Pode emendar até “sábado a noite”, viu?! Tenho certeza que por aqui, ninguém vai pedir pra descer.
O FIB começa com o pé direito e quem manda na Arena é o groove de Haeckel França, seguido pelo Samba do Lú que bota todo mundo no clima de sexta-feira. DJ Felipe Poeta faz a galera se jogar e Fred Sampaio fecha a conta com estilo. Já no camarote, o clima é de festa exclusiva com DJ Fabinho e Samba do Lú garantido que até quem está no VIP sinta o calor da pista. Se a sexta é o aquecimento, hoje o FIB já mostra que vai ser pura energia e que quem tá aqui, tá pro ritmo, pra alegria e pra muita música boa onde quer que você esteja!
O Samuel Rosa pode até ter saído do Skank, mas pelo Skank a gente escorre “dois rios inteiros sem direção”. Eu ainda gosto TANTO dele que ver e não querer curtir é improvável e impossível. Aqui, nesse mundinho “FIB”, ele tá incrível! "Vou Deixar" o rock nacional me levar pra onde ele quiser e quem sabe, “acima do sol”, a gente encontre, “sutilmente”, as “respostas” para o que aconteceu aqui. A gente viaja sem sair do lugar! Sábado com S de "saideira" pra começar…
As irmãs que conquistaram o Brasil, uma delas, minha bêbada favorita, chegam rasgando as porteiras do coração com esse sertanejo sofriiiiiido demais. "Medo Bobo" se mistura com "10%" e ecoa "você faz falta aqui" Marília Mendonça!!!! Maiara e Maraisa fazem o show no nível “esqueça-me se for capaz”, “nem tchum”. No fim da noite ninguém sabe se tá solteiro. Elas terminaram como todas as partes, dos narcisistas e as minhas, viu?! êh sofrência sofrida…
“É que eu parei, em tu, xuxu… vou pra lugar nenhum!”; Leia cantando e sabendo que eu não deixei de fazer uma coreografia de Filhos de Jorge até agora… o corpo apenas vai. Ôôh coisa boa de Meu Deus, ôh saudade que eu tava, ôh energia - puro suco de Bahiaaaaaa! Axé pra quem é de axé e quem não é. Nesse balanço aqui, mermão, todo mundo tem "ziriguidum". A percussão é intensa, as vozes se complementam, a sintonia deixa a gente “molinho” sabendo que o molho é “melanina”, ne?! “Oxente”, “tem jeito não querer”? Isso aqui é a receita de “viver em paz” no FIB. Energia alta pra começar ou terminar o dia!
O FIB sabe que todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite: O Palco Arena da Música by Coca-Cola está pegando fogo! Essencial Hit abre com uma mistura de hits que todo mundo conhece, Jeanna Lopes traz o forró pra fazer todo mundo dançar coladinho, e Jô Almeida aquece ainda mais o público antes de O Kannalha vir com a senha de deixar fraquinhaaaaaa! E no Camarote, a festa continua com DJ Felipe Poeta e o carisma de Jô Almeida, que volta pra garantir que ninguém fique parado. Sábado no FIB é só energia e música boa, seja no Arena, seja no Camarote!
É Jão dominando o palco e minha pressão despencando. Ai Meu Deeeeus! É que eu sou “fraca, frágil e estúpida” para falar desse amor que en[quadro] até nas minhas páginas autorais. Quero mesmo ser “idiota” e “imatura” pelos quatro elementos até que esse show acabe. E quando acabar eu sei que vou “coringar” no “fim de festa”, rs. “Acontece”! Aqui a gente dança, ama e sofre, tudo ao mesmo tempo, como se fosse a última vez e como um grande espetáculo, que é. Que show, meus amigos… e embora eu sinta, por hoje sei que não “vou morrer sozinha”. Estive espremida entre “meninos e meninas” feita fita cacete em “locadora”. Jão, “não te amo”, você me deixa “louquinhaaaa”, seu “santo” “pilantra”, a ponto de um “acidente”, um (des)’alinhamento milenar”, inventando “modo de dizer” “me lambe”, “me beija com raiva”. VSF. É minha “religião”. “Lindo demais”! “Essa eu fiz (desde “julho”) para o nosso amor”...
Chapéu e (muitas) carinha de bebê, a boiadeira fez geral no FIB enlouquecer. Pipoco! Ram tchum e eu solteira forçada, com um quadro de casamento na igreja que só existe na minha cabeça, com saudade do love cruzando a fronteira e sem frescurinha pra abrir a porteira. Tempo que não volta. “Foi intenso”, viu?! A gente sabia que “ia dar bom”, mas Ana Castela levou foi os corações no laço. Um “mexe mexe”, um “roça em mim”, foi “dia de fluxo”... misericórdia!
FIB terminando, “quem não quer sou eu”! Seu Jorge encerra dizendo “é isso aí”, a gente fez história, “mantenha o respeito”. Da "burguesinha" a “mina do condomínio”, de “Carolina” a "amiga da minha mulher", todo mundo achou seu estilo no palco. Uma mistura de atmosfera única. Eu estive aqui, eu "tive razão" em não perder nada! “Eu sou o samba”, sou “felicidade”, sou “seu olhar”, “doida”, “bipolar”. Sou “alma de guerreiro” que vai trabalhar porque daqui a pouco é segunda-feira…
Silvio garantia que domingo é dia de alegria. No FIB a festa não para! No Palco Arena da Música by Coca-Cola, Pedro Pondé traz o rock baiano para abrir a noite com tudo. Jeanne Lima e Du Nosso Jeito seguem com ritmos que fazem todo mundo dançar, e Rony Barbosa encerra com aquele forró que ninguém resiste. No Camarote, Robertinha comanda o som, e Pedro Pondé garante que a gente siga “ao mar”, “em paz”. “Vejam vocês”, a saudade já bate “em outro lugar”!
Laís Sousa
Jornalista-marketeira-publicitária comunicando em redes sociais de segunda a sexta. Escritora e viajante nas horas cheias e extras. Deusa, louca, feiticeira com trilha sonora em alta. Leitora, dançarina e pitaqueira por esporte sorte. Vamos fugir!@laissousa_
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