A SAÚDE MENTAL TAMBÉM É PAUTA FEMINISTA
Por: Lays Macedo
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 350 milhões de pessoas do mundo sofrem com depressão, o que significa 5% da população do globo - e a maioria deste grupo é formado por mulheres. O número de pessoas com depressão aumentou 18% entre 2005 e 2015, segundo relatório global lançado em 2017 pela OMS.
O documento apresentou que, no Brasil, a depressão atinge 11,5 milhões de pessoas (5,8% da população), enquanto distúrbios relacionados à ansiedade afetam mais de 18,6 milhões de brasileiros (9,3% da população).
A maior incidência de depressão no sexo feminino se deve a vários motivos. Para a mulher existe, por exemplo, a realidade da sobrecarga da dupla jornada de trabalho, a maternidade, a violência de gênero, os abusos constantes, a vulnerabilidade social e as mudanças hormonais.
E aqui uma pausa para lembrar que o início da produção de hormônios sexuais, na puberdade, consequentemente, acaba sendo um fator a mais na tendência à doença entre as mulheres. Enquanto o organismo masculino produz um único hormônio sexual, a testosterona, as mulheres enfrentam uma bipolaridade hormonal.
O estrogênio e a progesterona são alguns hormônios femininos que têm grande influência no humor da mulher. Os níveis hormonais sofrem modificações durante processos que ocorrem, como os ciclos menstruais, o período pós-parto e a menopausa. Além disso, grande parte dos métodos contraceptivos são à base destes hormônios, também podendo afetar o desenvolvimento da depressão.
SUICÍDIOS TAMBÉM AUMENTAM MAIS ENTRE MULHERES
Dados do Ministério da Saúde, antes da pandemia, mostraram um aumento de 50% na taxa de suicídio entre mulheres, de 2009 a 2019. O número aumentou de 1.872 para 2.817. Entre a população masculina, o crescimento foi de 37% no mesmo período. Ao todo, foram registrados 121.125 suicídios nesses dez anos no país, uma média de 12 mil por ano.
Perda de esperança, sensação de impotência, mudança repentina de humor e abuso de álcool, cigarro e outras drogas são sinais de que a pessoa pode precisar de ajuda. Quem tem pensamentos suicidas e precisa de apoio emocional pode ligar para o CVV (Centro de Valorização da Vida) no número 188. Você não está só!
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Sobre a autora: Lays Macedo é jornalista - orgulhosa por ser da Uesb - e estudiosa do feminismo - ativa e atuante. Também faz parte do quadro da segurança pública da Bahia. Adora conversas e tudo aquilo que disseram para ela que mulher não pode.
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