POR QUE A REJEIÇÃO DÓI TANTO?

Foto: assembleia.pr.leg.br


Por Vanda Araujo

Todos temos uma necessidade fundamental de nos sentirmos pertencentes. O sentimento de rejeição desestabiliza essa necessidade e a desconexão experimentada aumenta a dor emocional.

Quanto maior a necessidade que se tem de ser reconhecida, aprovada pelo outro e o investimento afetivo que a pessoa faz na relação, maior será o sentimento de rejeição.

 A origem desse sentimento encontra-se nas primeiras relações familiares e vai se atualizando nas demais relações.

Só a reconexão com quem se cultiva afinidade, aceitação, respeito e se sente valorizado alivia a dor emocional após uma rejeição. E sabe por quem precisa começar essa relação de amor, por você mesma. E buscar ajuda para investigar a origem dessa dor emocional, que foi “revirada” por esse vínculo interrompido, é o melhor que você pode fazer pra não se descobrir reproduzindo esse padrão em outros relacionamentos.

Por que a rejeição de alguém querido gera tanto impacto?

Uma pesquisa realizada pela antropóloga e bióloga, Helen Fisher, analisou áreas do cérebro de pessoas vivenciando a dor da rejeição, término ou abandono:

 •      Ativação cerebral dos circuitos dos vícios – Sim, as mesmas áreas cerebrais que são ativadas nos vícios profundos. Isto é, a rejeição gera reações físicas e psicológicas reais e importantes e neste sentido, a tentativa de voltar a se conectar com a outra pessoa é uma tentativa de recobrar o equilíbrio perdido.

 •      Busca do prazer, no ciclo dos vícios é o que muito aprisiona e confunde. O cérebro entende que o que gera prazer é bom e começa a solicitar de forma desesperada diante da abstinência.

 •      Desequilíbrio. O ser humano está sempre buscando recuperar o que o faz se sentir bem, mas acontece que nem sempre o que dá prazer é o melhor. Principalmente quando não há respeito por quem você é.

 •      Comportamentos obsessivos. A pessoa abandonada apresenta comportamentos obsessivos, pois a química neuronal que ocorre no cérebro diante deste tipo de situações é tão forte, que a frustração e necessidade levam a pessoa a agir de forma errática e desesperada.

Inúmeros estudos demonstraram que a rejeição representa um risco maior para a violência adolescente do que drogas, pobreza ou associação a gangues, vinculando experiências de rejeição, principalmente na infancia e adolescencia, a surtos de raiva e agressão.

No entanto, muito dessa agressão provocada pela rejeição também é voltada para dentro… E podem destruir a autoestima de quem está em sofrimento.

Muitas mulheres respondem à rejeições românticas, encontrando defeitos em si mesmas, se julgando inadequadas, destruindo o conceito de si próprias, quando a maioria das rejeições é uma questão de desajuste, incompatibilidade de objetivos, de vida.

A rejeição não responde à razão.

Ser convidado a relembrar e reviver uma recente experiência de rejeição foi o suficiente para fazer com que as pessoas tivessem uma pontuação significativamente menor nos testes subsequentes de QI, testes de memória de curto prazo e testes de tomada de decisão, o que explica por que quando se está sofrendo pela dor de uma rejeição, pensar claramente é tão difícil e evidencia que esse sentimento tem o poder de reduzir temporariamente o raciocínio.

A boa notícia é que as feridas psicológicas causadas pela rejeição são tratáveis.

É possível tratar essa dor emocional e evitar as repercussões psicológicas, emocionais, cognitivas e de relacionamento que ocorrem em suas consequências.

Para fazê-lo com eficácia, você deve estar disposta a investigar as suas feridas psicológicas, reconhecê-las, acalmar a dor emocional, proteger a sua autoestima e estabilizar a necessidade de pertencer, principalmente a si mesma. 

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Sobre a autora: Eu sou Vanda Araujo (abreviatura, viu?!). Sou graduada em Psicologia, especialista em Terapia Familiar Sistêmica, com formação em Terapia Comunitária Integrativa e em Análise Corporal.  Atendo adultos (individual e casal) de forma predominantemente remota e te afirmo que a maior distância entre as pessoas não é geográfica, é afetiva. Não importa em que parte do mundo você esteja, a distância é indiferente. O que é realmente importante é a relação sincera e confiável que estabelecemos entre eu e você.

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