OBA OBA: as vantagens de uma festa LGBTQIAP

Mateus Carrilho, atração do último OBA OBA. Foto: Gabriel Serôa


 

Por Ígor Luz

Estou ainda vivendo as emoções do último OBA OBA, festa LGBT+ que organizo junto com dois grandes amigos. As redes sociais estão inundadas de elogios. As fotos estão perfeitas. O vídeo da festa, que será divulgado em breve, está de arrepiar. No dia, nenhuma confusão, nenhuma briga, nenhuma desavença. Um dos seguranças, bebendo tranquilamente uma água perto do bar, falou: "Esta é uma das festas mais tranquilas que eu já trabalhei."

Em 13 edições da festa, nenhuma violência foi registrada. Também nunca recebemos reclamações de roubo. Nosso público costuma entregar o que acha pelo chão. Já foram devolvidos casacos, celulares, carteiras e, no último sábado, comprovantes de vacina. Nunca chegaram denúncias de assédio. O bar desse último OBA foi 80% de mulheres trans e travestis. Ao fim do evento, elas me falaram sobre os sorrisos e o tratamento respeitoso de todos os presentes.

O que vejo é um lugar de diversidade, respeito, abraços, coreografias, encontros e amor. Várias amigas heteros já falaram que é maravilhoso ter um espaço para dançar sem ter alguém puxando pelo braço. Ou com piadinhas idiotas ao pé do ouvido.

Eu conheço o outro lado. Fui em diversas festas que não são voltadas para o público LGBT+ e já presenciei tantas brigas, confusões e problemas. O último evento que eu fui fora da minha bolha, um show de pagode, foi marcado por um vídeo de murros e pontapés que circulou pelas redes. Também eu já organizei algumas festas de heteros e sempre tem alguém que vai com o intuito da briga e não da diversão. Em uma formatura, há uns três anos, sofri homofobia e corri pra casa com medo de apanhar. É um lugar que eu não me sinto mais tão seguro.

Quer um lugar para se divertir sem se preocupar se vai receber um pontapé ou um tapa porque algum idiota resolveu partir para violência? Fique atento ao próximo OBA OBA. Somos um lugar de paz e amor. Muito amor.heart


Igor Luz

Sobre o autor: Eu sou o menino do interior que viajava pelas letras dos livros empoeirados e cresceu com essa mania boba de escrever. Jornalista diplomado, cervejeiro de boteco e um patife adorável. Descrente e desastrado. Apaixonado por café, palavras e gente.
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