BR-116/BA: A duplicação como imperativo logístico e de segurança
Pistas estreitas e com manutenção deficiente aumentam riscos de acidentes.Foto: Divulgação
A BR-116, conhecida como a "Rio-Bahia", é mais do que uma estrada; é a espinha dorsal da economia do Brasil, crucial para o transporte de cargas e a conexão de 10 estados brasileiros, de Fortaleza (CE) à fronteira com o Uruguai. Na Bahia, a urgência da duplicação de seus trechos críticos emerge como uma necessidade vital, tanto para o desenvolvimento logístico e econômico quanto para a segurança viária, marcada por um histórico de acidentes e mortes.
A Importância Estratégica da Rodovia
A BR-116 na Bahia é um dos principais corredores rodoviários do país, escoando insumos para o Nordeste e conectando as regiões Sul e Sudeste. Trechos duplicados em Feira de Santana, por exemplo, já demonstram como as obras alavancam a economia local, facilitam o escoamento da produção industrial e agrícola, e reduzem o acúmulo de veículos, especialmente em zonas urbanas (1.2, 1.4).
Conforme aponta José Maria Caires, do movimento Duplica Sudoeste, em sua opinião, a relevância da rodovia é inquestionável: "A Rio Bahia é a espinha dorsal da economia do Brasil; Vitória da Conquista é o eixo da logística da Bahia, 65% do transporte de cargas no Brasil é no lombo do caminhão e a BR-116 é a maior rodovia do Brasil, mais de 4.600 km...". Ele destaca ainda que, enquanto a maioria dos estados já conta com trechos duplicados ou faixas adicionais, a Bahia ainda enfrenta um déficit que não se justifica por "Interesses de grupos econômicos ou políticos influentes", focando agora na recuperação da pista pelo DNIT após indenização à concessionária, o que facilitará o início de faturamento da nova concessão.
Tragédias e o Custo da Pista Simples
O contraste entre a importância logística da BR-116 e a infraestrutura de pista simples em vários trechos tem um custo alto em vidas. O trecho baiano tem sido palco de graves acidentes e tragédias, muitas vezes envolvendo colisões frontais, que resultam em múltiplas mortes (2.1, 2.3, 2.5, 2.6).
Incidentes recentes, como um trágico acidente com um ônibus em dezembro de 2024 na divisa entre Minas e Bahia, que vitimou dezenas de pessoas, colocaram a rodovia em destaque como uma das mais letais. As principais causas atribuídas aos acidentes fatais incluem ausência de reação dos motoristas, trafegar pela contramão, excesso de velocidade e ultrapassagens indevidas (2.3), problemas que a duplicação visa mitigar drasticamente ao separar os fluxos de tráfego.
Em alguns segmentos da BR-116, o tráfego médio diário é de cerca de 35 mil veículos, com grande volume de veículos de carga (1.9), tornando o risco em pista simples insustentável. A duplicação é o principal fator que contribui para a redução de acidentes e o aumento da segurança para os usuários (1.4).
Perspectivas e Obras em Andamento
Apesar dos desafios, avanços importantes têm sido registrados. O Governo Federal tem anunciado e entregue trechos duplicados, especialmente na BR-116 Norte, próximos a Feira de Santana e no Oeste Baiano (1.2, 1.3). A duplicação, que teve um investimento significativo, além de reduzir acidentes, contribui para o desenvolvimento regional e a redução do tempo de viagem (1.4, 1.7). A articulação entre o Governo da Bahia e a União para a modernização e concessão da rodovia sinaliza uma aceleração no processo de melhoria da infraestrutura (1.5).
Em suma, a duplicação da BR-116 na Bahia não é apenas uma obra de engenharia, mas um imperativo de logística, segurança e desenvolvimento social. A melhoria desta importante via é um passo fundamental para que a Bahia e, em particular, seu eixo logístico em Vitória da Conquista, possa cumprir seu papel estratégico na economia do país.







