No silêncio de um hospital, um coração pode voltar a bater com força, um tratamento pode continuar e uma cirurgia pode ser concluída com sucesso. Tudo isso graças a um gesto simples: a doação de sangue. Em apenas alguns minutos, qualquer pessoa saudável pode oferecer esperança a até quatro pacientes. É um ato de solidariedade que transforma o destino de quem recebe e enche de alegria quem faz.

No entanto, o Brasil ainda enfrenta o desafio da baixa adesão. Dados do Ministério da Saúde mostram que, em 2024, foram coletadas 3,31 milhões de bolsas de sangue , número progressivamente maior do que no ano anterior. Apesar disso, apenas cerca de 1,8% da população brasileira faz sangue regularmente , índice dentro do mínimo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (1% a 3%), mas insuficiente para dar segurança ao sistema de saúde diante de emergências, cirurgias e períodos de maior demanda, como férias e feriados prolongados.

Na Bahia, a realidade é ainda mais preocupante. Em 2022, o estado registrou 178.654 doações de sangue — um crescimento tímido em relação aos anos anteriores. Em 2023, houve um aumento de 8,27% no número de voluntários, mas o esforço não foi suficiente. A Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia (Hemoba) alerta que seus estoques estão em nível crítico para todos os tipos sanguíneos , situação que coloca em risco milhares de pacientes que dependem diariamente das transfusões.

Os mitos ainda são barreiras. Muitos acreditam que doar enfraquece, emagrece, engorda ou traz riscos à saúde. Nenhuma dessas ideias tem fundamento científico. A doação é segura, o organismo repõe rapidamente o volume de sangue retirado, e todo o processo é feito com rigorosos cuidados de higiene. O que existe, de fato, é um benefício imensurável: a possibilidade de salvar vidas.

Entre os tipos sanguíneos, alguns merecem atenção especial. O O negativo , conhecido como doador universal, é essencial em situações de emergência. Já os grupos AB positivos e negativos , mais raros, são fundamentais na produção de plasma. Mas a verdade é que todos os tipos são necessários e tudo faz diferença.

Doar sangue é mais do que um ato de solidariedade. É um pacto com a vida. É estender a mão a um desconhecido que pode ser um vizinho, um amigo, ou até um familiar em um momento de urgência. Para quem recebe, a gratidão é indescritível; para quem faz, a sensação é de realização e alegria por ter cumprido um papel humano e transformador.

Os hemocentros, como o Hemoba, fazem sua parte. Mantenha campanhas, ofereça estrutura, garanta a qualidade e a distribuição do sangue. Mas a engrenagem só funciona se houver doadores. É uma responsabilidade que precisa ser compartilhada por todos nós.

E é aqui que entra um chamado especial: Vitória da Conquista, a vida espera por você. A Mega Rádio está lançando uma campanha de incentivo à doação de sangue, reforçando o convite para que a população se engaje nessa missão coletiva de vidas salvar. Nosso município tem a força e a solidariedade como marcas registradas, e chegou a hora de transformar esse espírito em ação concreta.

Na próxima vez que ouvir em uma campanha, não deixe para depois. Procure o hemocentro mais próximo, sente-se na cadeira da doação e experimente a grandeza de um gesto simples. No sangue que você faz, há a vida de alguém que pode sorrir novamente.