Feira de Aprendizagem Profissional reforça papel da educação e do trabalho digno na construção de uma sociedade mais justa

Na última terça-feira (09), o SENAI Cimatec foi palco da IV Feira de Aprendizagem Profissional, realizada pelo Fórum Baiano de Aprendizagem Profissional (FOBAP), em parceria com a Superintendência Regional do Trabalho na Bahia (SRT/BA), entidades formadoras, empresas, órgãos públicos e instituições do sistema de Justiça.
Com o tema “25 Anos de Mãos Dadas pela Aprendizagem Profissional”, o evento celebrou um quarto de século da Lei da Aprendizagem (Lei nº 10.097/2000), reunindo autoridades, empresários e, principalmente, adolescentes aprendizes para discutir conquistas, desafios e o futuro da profissionalização juvenil no Brasil.
Na abertura, a Auditora Fiscal do Trabalho e presidente do FOBAP, Dra. Taís Arruti, ressaltou o protagonismo dos jovens na transformação social:
“É por eles que buscamos todos os dias oferecer qualificação de qualidade e acesso a um trabalho digno. Só assim construiremos uma sociedade mais justa e equilibrada.”
Entre os destaques do encontro, esteve a participação da Fundação da Criança e do Adolescente (Fundac), representada por Andréia Falcão, coordenadora pedagógica da Gerência de Atendimento Socioeducativo (Gerse), e Lucimere Ribeiro, articuladora de profissionalização. A instituição reafirmou seu compromisso em garantir oportunidades de formação e inserção no mundo do trabalho para adolescentes em situação de vulnerabilidade.
A urgência desse compromisso foi evidenciada por dados inéditos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), apresentados pela Dra. Taís. O estudo mostra que um aumento de apenas 1% na taxa de desemprego entre homens de 15 a 65 anos eleva em 1,8% os índices de homicídio no país. Por outro lado, cada 1% de crescimento na matrícula de jovens entre 15 e 17 anos reduz os homicídios em 1,9%.
De acordo com o pesquisador Daniel Cerqueira, autor da pesquisa, o recorte etário é crítico por coincidir com o período de maior evasão escolar, justamente na transição do ensino fundamental para o ensino médio. “Não há como desvincular a política de segurança pública da questão do emprego e da educação”, alerta.
A Feira foi marcada por música, homenagens e debates, mas, sobretudo, por uma mensagem clara: investir na juventude é investir na vida. Ao fortalecer a rede de aprendizagem e oferecer caminhos de profissionalização, instituições e empresas ajudam a reduzir desigualdades, afastar jovens da violência e abrir portas para um futuro mais digno.
Mais que uma celebração, o evento deixou um chamado à sociedade: é hora de assumir coletivamente a responsabilidade de garantir que cada adolescente tenha a chance de transformar seu potencial em oportunidades reais.
Informações e fotos: Jonathan de Castro