A advogada Cida Carvalho, atuante em Vitória da Conquista (BA), denunciou ter sido vítima de injúria racial nas redes sociais após comentar em uma publicação no Instagram de um blog de notícias local. O caso, que gerou forte comoção, reforça a importância da educação para o uso consciente da internet e para o enfrentamento do racismo, em todas as suas formas.

Em entrevista concedida ao site Achei Sudoeste e ao programa Achei Sudoeste no Ar, Cida relatou que o agressor, após discordar de sua opinião, fez ataques direcionados à sua identidade racial e à sua religião. "Sou mulher negra, tenho cabelos crespos e ele falou que sou cabelo de vassoura. Não satisfeito, continuou com diversos ataques injuriosos, usando palavras de baixo calão e termos pejorativos", disse a advogada.

A situação se agravou quando o autor dos comentários passou a utilizar a religião de Cida — o candomblé — como mais um motivo para a violência verbal. Diante dos ataques, ela registrou um boletim de ocorrência e o caso foi encaminhado à polícia, que finalizou o inquérito e encaminhou o processo à Justiça.

Cida Carvalho destaca que os crimes de injúria racial e racismo são inafiançáveis e imprescritíveis, conforme a legislação brasileira. Além do processo criminal, ela também ingressou com uma ação judicial por danos morais. “Sempre vivi o racismo estrutural, aquele mais velado. Dessa vez, foi direto, um baque. Fiz o que sempre oriento a outras pessoas: procurei a Justiça para que ela cumpra seu papel”, afirmou.

A advogada também fez um alerta sobre os limites da liberdade de expressão nas redes sociais: “A internet não é terra sem lei. O que é crime no mundo real também é crime no mundo virtual.”

Este caso evidencia a necessidade de fortalecer a educação antirracista e o letramento digital desde os primeiros anos de formação escolar. Compreender os direitos e deveres no ambiente online é essencial para a construção de uma sociedade mais justa, inclusiva e respeitosa.

Fonte: Achei Sudoeste