Patrimônio público é seu também: por que cuidar do que é de todos é um dever cidadão’

Praças depredadas, escolas pichadas, lixeiras quebradas, postes destruídos, paradas de ônibus vandalizadas. Essa é uma realidade comum em muitas cidades brasileiras — e o que pouca gente percebe é que, por trás desses atos, há um grande prejuízo coletivo: o patrimônio público está sendo destruído, e todos nós pagamos essa conta.
O patrimônio público é composto por todos os bens e serviços mantidos com o dinheiro dos impostos pagos pelos cidadãos. Isso inclui desde escolas, hospitais e praças, até os bancos das ruas, os brinquedos dos parquinhos, os postes de iluminação, a sinalização de trânsito, os pontos de ônibus e os próprios prédios públicos.
De acordo com o Código Penal Brasileiro, destruir ou danificar esses bens é crime. O artigo 163 estabelece que “destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia” pode levar à detenção ou multa. Quando o bem é público, a pena é agravada.
Prejuízo coletivo
Segundo estimativas da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), as prefeituras brasileiras gastam, por ano, mais de R$ 1 bilhão com a recuperação de equipamentos públicos destruídos por atos de vandalismo. Um recurso que poderia ser investido em saúde, educação, segurança e assistência social.
"Quando um banco da praça é destruído, não é só um pedaço de madeira quebrado. É um espaço de convivência, de descanso, de lazer que deixa de servir à comunidade. E o custo da reposição recai sobre todos nós", afirma o urbanista e ativista social Caio Mendes, entrevistado pela reportagem.
Educação como ferramenta de mudança
A campanha da Mega Rádio aposta na educação como principal arma contra o vandalismo. Além dos spots educativos, a emissora promove rodas de conversa com jovens, visitas a escolas, distribuição de cartilhas e concursos culturais que incentivam a cidadania.
"A mudança começa quando as pessoas entendem que o que é público também é seu. Cuidar de uma praça, preservar uma escola, denunciar um ato de vandalismo... tudo isso é exercer cidadania", afirma Guilherme Silva, coordenador da campanha.
E você, o que tem feito pelo lugar onde vive?
A campanha deixa um convite à reflexão: como você cuida dos espaços públicos que utiliza diariamente? A mudança de comportamento começa com pequenas atitudes — não jogar lixo no chão, não rabiscar muros, não destruir o que foi construído para o coletivo.
A cidade é a extensão da nossa casa. E cuidar dela é, acima de tudo, um gesto de respeito com o próximo e de compromisso com o futuro