Doenças crônicas e acidentes domésticos lideram as causas de morte entre idosos no Brasil

Com o avanço da idade, aumentam os riscos de enfermidades cardiovasculares, câncer e quedas. Especialistas alertam para a necessidade de políticas públicas focadas na prevenção e no cuidado integral da população idosa.
Foto: 9nong / Shutterstock Autonomia
  • Júnior Patente
  • Atualizado: 04/06/2025, 06:32h

Com o envelhecimento acelerado da população brasileira, cresce também a preocupação com as principais causas de morte entre idosos. Dados recentes de estudos nacionais revelam que doenças crônicas e causas externas, como acidentes domésticos, são os fatores mais recorrentes em óbitos de pessoas com 60 anos ou mais.

Liderança das Doenças Cardiovasculares

As doenças do aparelho circulatório — como infarto e acidente vascular cerebral (AVC) — continuam sendo a principal causa de morte entre idosos no Brasil. Segundo levantamentos publicados por revistas científicas, essas doenças são responsáveis ​​por até 42% dos óbitos nessa faixa etária. A hipertensão, o sedentarismo e a má alimentação figuram como fatores de risco agravantes.

Câncer: a Segunda Ameaça

O câncer também ocupa lugar de destaque entre os principais vilões da longevidade. Tipos como pneumonia, intestino, próstata e mama são os mais recorrentes. Apesar da tendência de estabilização ou queda da incidência em idades mais avançadas, as neoplasias ainda representam de 16% a 20% das mortes em idosos.

Doenças Respiratórias e Metabólicas

A vulnerabilidade do sistema respiratório com o avanço da idade torna doenças como pneumonia e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) especialmente perigosas. Eles são responsáveis ​​por cerca de 13% dos óbitos.

Já as doenças ócrinas e metabólicas, como o diabetes, mostram um crescimento preocupante. Entre 1991 e 2001, a taxa de mortalidade por essas enfermidades cresceu mais de 30% em determinados grupos etários, segundo dados da UFMG.

Acidentes e Quedas: Perigo Dentro de Casa

Causas externas — que incluem acidentes de trânsito, agressões e principalmente quedas — também aparecem com relevância. De acordo com o Ministério da Saúde, entre 2010 e 2019, mais de 290 mil idosos morreram por causas externas. A maioria das quedas fatais ocorrem dentro de casa, sendo este o terceiro principal motivo de morte em pessoas com mais de 65 anos.

“A maioria dos acidentes domésticos que envolvem idosos está relacionada a tapetes soltos, escadas, iluminação precária e ausência de barras de apoio”, alerta a geriatra Ana Luiza Rocha, especialista em saúde do idoso.

Um Chamado à Prevenção

O cenário exige atenção urgente das autoridades públicas e da sociedade. Investir em prevenção, cuidado domiciliar, acessibilidade, acompanhamento médico contínuo e promoção de hábitos saudáveis ​​pode salvar vidas.

Com a expectativa de que o número de idosos ultrapasse os 40 milhões até 2030 no Brasil, entender e agir sobre as causas que mais matam essa população é essencial para garantir mais saúde, autonomia e dignidade no velhice.


Fontes:
Ministério da Saúde, UFMG, Revista Rease, GG Ageing, Agência Brasil.
Esta matéria é baseada em dados públicos e artigos científicos disponíveis até junho de 2025.

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