O fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado morreu nesta sexta-feira (23), aos 81 anos, em Paris. A informação foi confirmada pelo Instituto Terra, organização fundada por ele e sua esposa, Lélia Wanick Salgado. A causa da morte não foi divulgada.

Nascido em Aimorés (MG) em 1944, Salgado foi um dos nomes mais importantes da fotografia documental contemporânea. Iniciou sua carreira em 1973 e, ao longo de cinco décadas de atividade, percorreu mais de 100 países desenvolvendo projetos fotográficos que abordam questões sociais, humanitárias e ambientais.

Entre suas obras mais conhecidas estão as séries Trabalhadores (1993), Êxodos (2000) e Gênesis (2013). Nos últimos anos, dedicou-se ao projeto Amazônia, em que retratou a floresta e os povos indígenas da região. Em entrevista à CNN em 2022, Salgado afirmou que a experiência o impactou profundamente.

Além de sua produção artística, Salgado foi cofundador do Instituto Terra, criado em 1998 para promover a restauração ambiental e o desenvolvimento sustentável da Mata Atlântica na região do Vale do Rio Doce, em Minas Gerais.

Em 2014, sua trajetória foi tema do documentário O Sal da Terra, dirigido por Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado, seu filho. O filme foi premiado no Festival de Cannes e indicado ao Oscar de Melhor Documentário.

Salgado vivia em Paris e enfrentava problemas de saúde nos últimos anos, relacionados a uma malária adquirida na década de 1990. De acordo com relatos de pessoas próximas, os tratamentos haviam perdido eficácia recentemente. Ele deixa dois filhos.

Reconhecido com dezenas de prêmios internacionais, Sebastião Salgado é considerado uma das figuras mais relevantes da fotografia mundial, com um legado voltado à denúncia das desigualdades, à preservação ambiental e à valorização da dignidade humana.