O ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, decidiu encerrar sua batalha judicial pelo cargo. Nesta segunda-feira, ele apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido formal de persistir de tentar retornar à presidência da entidade, após ser afastado na semana passada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ).

Em sua petição, Ednaldo afirmou que os recentes acontecimentos — incluindo as acusações de falsificação de assinatura em um acordo com opositores — "afetaram sua vida familiar". O ex-dirigente também desejou “sorte e sucesso” ao próximo gestor da CBF, sinalizando o fim de uma disputa que se arrastava desde 2022.

Linha do tempo: uma crise na CBF

• Dezembro de 2023 : Ednaldo é afastado da Justiça do RJ devido a irregularidades na eleição de 2022.

• Janeiro de 2024 : Retorno ao cargo após liminar do STF, que evitou punições da FIFA e CONMEBOL.

• Fevereiro de 2024 : STF homologa acordo entre Ednaldo e opositores para encerrar disputas sobre a eleição.

• Março/abril de 2024 : Surge denúncia de falsificação da assinatura do ex-presidente Coronel Nunes no acordo.

• Maio de 2024 : TJ-RJ determina novo afastamento de Ednaldo após Coronel Nunes não comparecer a audiência (que avaliaria sua capacidade cognitiva, já que ele enfrenta um câncer cerebral).

• 20 de maio de 2024 : Ednaldo desiste judicialmente da presidência e novas eleições são marcadas para 25 de maio.

O acordo sob suspeita e o desfecho

O caso ganhou novos contornos quando deputados e dirigentes esportivos, como a deputada Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ) e o vice-presidente da CBF, Fernando Sarney, pediram a saída definitiva de Ednaldo. O ministro Gilmar Mendes, relator do processo, inicialmente negociou os pedidos, mas solicitou uma investigação sobre a suposta fraude no acordo.

A ausência do Coronel Nunes — que alegou problemas de saúde — na audiência crucial foi decisiva para o afastamento de Ednaldo. Com a intervenção judicial, Sarney substituiu o comando temporário e convocou eleições para o dia 25 de maio, com Samir Xaud, atual presidente da Federação de Roraima, como único candidato.

O futuro da CBF

Em seu texto ao STF, Ednaldo reforçou seu “respeito à Justiça” e evitou apoiar qualquer nome para sucedê-lo. A entidade, que já enfrentou desgaste institucional, agora tenta virar a página sob nova direção, enquanto o futebol brasileiro aguarda os próximos capítulos dessa turbulência administrativa.

"Esta reportagem foi produzida com informações purificadas em veículos especializados em esportes."