Missionário paquistanês aborda diferenças culturais e religiosas em passagem por Vitória da Conquista

  • Danilo Souza
  • Atualizado: 14/05/2025, 05:27h

Um missionário paquistanês e sua esposa, Qasim Mehmood e Itana Figueiredo, uma brasileira, escolheram a cidade de Vitória da Conquista para passar uma breve temporada. O casal tem um filho, Isaac, e desde 2016 já viajaram por diversos países em sua missão religiosa.

Descobri sobre a história de Qasim e Itana durante um programa de rádio, o “Agenda com Cláudia Cardoso”, aqui na Mega, e mantive contato para continuar entendendo mais sobre as diferenças culturais, religiosas e também gastronômicas, já que Qasim também é um chef de cozinha.

Nessa entrevista, o casal conta sobre suas experiências e vivências nos países em que passaram, os choques de cultura entre eles e como a religião pode unir pessoas de diferentes locais de todo o mundo.

O missionário Qasim (à direita, com terno rosa e gravata preta) em uma das suas missões na África. Foto: Arquivo pessoal

Antes de começar a leitura: Qasim ainda não fala português fluentemente, mas Itana sabe se comunicar em inglês. Por este motivo, nas respostas aparecem o nome dos dois, já que Itana traduziu o que Qasim disse, além de falar na terceira pessoa do plural (nós) em alguns momentos, representando o casal.

Danilo: Ao longo da sua missão, vocês visitaram países de diversos continentes do mundo. Quais diferenças vocês destacam na cultura de cada um e na forma de se conectarem à religião?

Qasim e Itana: A diferença de cultura é muito grande em cada país e continente. Uns são mais amorosos e hospitaleiros, outros mais reservados, uns com mais liberdade religiosa, outros têm mais restrições. A comida é bem diferenciada entre esses países. Mas no final todos procuram o mesmo: Deus! 

Danilo: Algum dos países que vocês passaram se assemelha ao Paquistão, o seu país natal de Qazim, de alguma maneira? Em qual país ele se sentiu mais confortável para viver a sua cultura? 

Qasim e Itana: Nós cremos que em Uganda, na África, se aproxima um pouco, mas não muito. Tem algumas comunidades paquistanesas e se pode encontrar um pouquinho da cultura lá, como os restaurantes, roupas, especiarias, etc. 

Danilo: Durante sua missão no Brasil, quais pontos positivos e negativos vocês perceberam? É fácil falar de religião aqui? 

Qasim e Itana: [Um dos] pontos positivos do Brasil foi que o Brasil acolheu o Qasim e por isso nós amamos muito o Brasil e somos gratos a Deus por esse País. Falar de religião aqui é bem mais fácil e as pessoas são bem mais abertas ao assunto. É claro que, como em todo lugar, aqui no Brasil também tem pessoas frias que não nos acolhem, não recebem o evangelho e nem apreciam o nosso chamado, mas está tudo bem. O Nosso Deus sempre nos acolhe e coloca pessoas maravilhosas em nossas vidas para nos apoiar! 

Danilo: E em Vitória da Conquista?

Qasim e Itana: Vitória da Conquista tem sido boa conosco, nos recebendo muito bem, e estamos gostando muito de estar passando esse tempo aqui. Até agora não encontramos nenhum problema em falar de Deus e do seu Filho Jesus aqui na cidade. 

Danilo: A religião Islã, predominante no Paquistão, sofre bastante preconceito em lugares como o Brasil. Qual foi a percepção de vocês quanto a isso em outros países? 

Qasim e Itana: Essa pergunta sobre o Islã vamos ficar neutros, porque, sinceramente, não reparamos se as outras nações que passamos tinham preconceito ou não. Como aqui no Brasil, em outros países existem vários tipos de religiões. E assim caminhamos respeitando uns aos outros com o amor de Jesus.

Danilo: E como vocês se sentem ao dedicarem suas vidas para falar sobre a palavra de Cristo ao redor do mundo?

Qasim e Itana: Somos somente um instrumento nas mãos de Deus, quem convence as almas é o poder do Espírito Santo. Na Bíblia, nos diz que “a palavra de Deus que sai das nossas bocas nunca volta vazia” [Isaías 55:11] e que “a palavra que é viva e eficaz" [Hebreus 4:12]. Tem um propósito, então você faz o seu melhor e Deus fará o resto! 

Danilo: Qasim também é um chefe de cozinha. Falando da gastronomia, como ele se adaptou à cultura culinária de outros países? Tem algo que ele ainda não gosta de comer ou de cozinhar? 

Qasim e Itana: Na Missão não temos muita escolha, temos que comer o que tem. Mas é claro que tem algumas coisinhas que não descem, como uma das iguarias de Uganda, que é o grilo frito. Aqui no Brasil, a famosa buchada. 

Danilo: Há alguma refeição do seu país natal que você sente falta aqui no Brasil? 

Qasim e Itana: O que eu sinto muita falta é da comida caseira da minha mãe.

Danilo: Qual ingrediente ou tempero da culinária brasileira você levará quando for para outro país? 

Qasim e Itana: Feijão Preto! A famosa feijoada!

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