A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), juntamente com as autoridades locais, realizou, nesta quinta-feira (8), uma Audiência Pública em Vitória da Conquista para discutir a respeito do Projeto para a nova concessão das rodovias BR-116 e BR-324 após a saída da ViaBahia, programada para a próxima quinta-feira (15). 

Está previsto um investimento de R$ 24 bilhões, em um pouco mais de 660 km de rodovias baianas, modernizando a infraestrutura viária para alcançar melhorias na mobilidade. 

Além de Vitória da Conquista, Salvador e Feira de Santana também tiveram sessões com a mesma finalidade. A última sessão aconteceu em Brasília, no dia 16 deste mês, de forma híbrida – podendo ser acompanhada tanto presencial quanto virtualmente.

O representante da ANTT na ocasião, Tales Cavalcante destacou a relevância do debate, classificou a atuação da ViaBahia como “um serviço mal feito” e argumentou sobre o que espera que venha a após acontecer as conversas. 

"Eu quero debater que haja um cronograma rígido, rápido e eficiente para a execução pública. Estamos falando de 2009 [quando a ViaBahia passou a atuar nas BRs 116 e 324], mais de quinze anos de morosidade e serviços mal feitos e nós pagamos quase R$1 bilhão à ViaBahia porque a ViaBahia sai desse contrato" , disse Tales.

A prefeita de Vitória da Conquista, Sheila Lemos, reforçou a ideia trazida por Tales ao afirmar que muitas pessoas perderam suas vidas em acidentes nas BRs 116 e 324 por motivos de falta de segurança ocasionada pela não duplicação dessas rodovias.

"A BR-116 é de suma importância para a Bahia e, principalmente, para a região Sudoeste, e nós estamos sofrendo muito com a situação que estão nas rodovias aqui. Todos os dias, pessoas estão perdendo a vida fazendo a travessia para vir trabalhar e isso é absurdo, não podemos mais deixar de forma alguma, e estamos aqui para trazer soluções possíveis para que a gente possa, no futuro, ter um trânsito seguro" , falou a prefeita.

Já o deputado federal Waldenor Pereira reafirmou que o debate entre população e lideranças deve servir como uma ponte para incorporar ideias e sugestões para o projeto da próxima concessão, além de apresentar também pontos negativos da atual concessão e que podem ser melhorados. 

“Essa audiência tem o objetivo, na expectativa, de ouvir as lideranças de Vitória da Conquista e região na perspectiva de incorporar sugestões, recomendações, críticas ao projeto que será apresentado, que eu tenho certeza de que a ANTT terá de incorporar para o seu aperfeiçoamento” , argumentou Pereira. 

O empresário e ativista Zé Maria Caires, do Movimento Duplica Sudoeste, criticou a lentidão do processo. Ele também defende um contrato com tarifas justas e execução acelerada das obras, sem onerar os usuários.

"A duplicação não é um luxo, é uma necessidade. O cidadão conquistense não pode ser penalizado por embaraços legais ou trâmites judiciais. A obra tem que ser imediata. É inaceitável. Não podemos esperar mais uma década por algo que já deveria estar pronto" , apontou Zé.