Dia do Trabalhador: Uma História de Luta e Conquistas

Operários marcham na grande greve de 1917, em São Paulo (Edgard Leuenroth/IFCH/Unicamp) Fonte: Agência Senado
1º de maio de 2025 – O Dia Internacional do Trabalhador é muito mais do que um feriado. É um dado simbólico que remonta a mais de um século de lutas, mobilizações e conquistas das classes trabalhadoras em todo o mundo. Neste 1º de Maio, comemoramos não apenas a resistência, mas também as vitórias que moldaram os direitos trabalhistas que temos hoje.
As Origens: A Luta por 8 Horas de Trabalho
A data tem suas raízes nos Estados Unidos , em 1886 , quando trabalhadores de Chicago iniciaram uma grande greve exigindo uma jornada de oito horas diárias . Na época, era comum trabalhar de 14 a 16 horas por dia , em condições precárias. A manifestação foi reprimida com violência, culminando no Massacre de Haymarket , onde policiais mataram vários operários e líderes sindicais foram injustamente condenados.
Em 1889 , a Segunda Internacional Socialista declarou o 1º de Maio como o Dia Internacional do Trabalhador , em homenagem aos mártires de Chicago. Desde então, os dados se tornaram um marco de resistência e organização dos trabalhadores.
O 1º de Maio no Brasil: Das Greves à Consolidação de Direitos
No Brasil, um dado começou a ganhar força no início do século XX , impulsionado por imigrantes europeus que trouxeram as ideias anarquistas e socialistas. Foi somente em 1925 , durante o governo de Artur Bernardes , que o 1º de Maio foi oficializado.
Mas foi com Getúlio Vargas , a partir dos anos 1930, que a data se tornou um símbolo de conquistas. Vargas usou o discurso trabalhista para anunciar benefícios, como:
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Criação da CLT (1943) – Consolidado direitos como férias, 13º salário e jornada de 8 horas.
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Salário Mínimo (1940) – Garantia de um piso remuneratório.
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Descanso Semanal Remunerado – Direito ao respeito sem perda de salário.
Nas décadas seguintes, especialmente durante a ditadura militar (1964-1985) , o 1º de Maio foi cooptado pelo governo como uma festa “apolítica”. Porém, os movimentos sindicais, como as greves do ABC Paulista nos anos 1970 e 1980, liderados por Lula e o novo sindicalismo , resgataram o caráter de luta da data.
Conquistas Recentes e Desafios
As mobilizações trabalhistas continuam a render frutos:
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Redução da Jornada – Algumas categorias conquistaram jornadas menores, como bancárias (6h) e telemarketing (6h).
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Licenças – Ampliação da licença-maternidade e paternidade.
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Trabalho Doméstico – A PEC das Domésticas (2013) garantiu direitos antes inexistentes.
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Combate ao Trabalho Escravo e Infantil – Avanços na fiscalização e penalizações.
Porém, os desafios persistem:
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Precarização – Com o crescimento das plataformas digitais (Uber, iFood), muitos trabalhadores ficam sem garantias.
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Reformas Trabalhistas – A flexibilização de direitos, como a reforma de 2017, gerou debates sobre retrocessos.
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Desigualdade – A diferença salarial entre gêneros e raças ainda é grande.
1º de Maio em 2025: Resistência e Futuro
Neste ano, sindicatos e movimentos sociais levantam bandeiras como:
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Aumento real do salário mínimo
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Redução da jornada sem corte de períodos
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Fim da terceirização indiscriminada
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Direitos para trabalhadores de aplicativos
Em um mundo pós-pandemia, com inteligência artificial e automação mudando o mercado, a luta por trabalho digno segue mais necessidade do que nunca.
O 1º de Maio não é só um dia de descanso. É um dia de lembrar que todos os direitos trabalhistas foram conquistados com muita luta – e que ainda há muito pelo que luta.
“A luta pode ser longa, mas a vitória é certa.” – Lema histórico do movimento operário.
Fontes: OIT, CUT, historiadores laborais.