Dia do Trabalhador: Uma História de Luta e Conquistas

Operários marcham na grande greve de 1917, em São Paulo (Edgard Leuenroth/IFCH/Unicamp) Fonte: Agência Senado
  • Júnior Patente
  • Atualizado: 30/04/2025, 11:56h

1º de maio de 2025  – O  Dia Internacional do Trabalhador  é muito mais do que um feriado. É um dado simbólico que remonta a mais de um século de lutas, mobilizações e conquistas das classes trabalhadoras em todo o mundo. Neste 1º de Maio, comemoramos não apenas a resistência, mas também as vitórias que moldaram os direitos trabalhistas que temos hoje.

As Origens: A Luta por 8 Horas de Trabalho

A data tem suas raízes nos  Estados Unidos , em  1886 , quando trabalhadores de Chicago iniciaram uma grande greve exigindo uma  jornada de oito horas diárias . Na época, era comum trabalhar de  14 a 16 horas por dia , em condições precárias. A manifestação foi reprimida com violência, culminando no  Massacre de Haymarket , onde policiais mataram vários operários e líderes sindicais foram injustamente condenados.

Em  1889 , a  Segunda Internacional Socialista  declarou o  1º de Maio  como o  Dia Internacional do Trabalhador , em homenagem aos mártires de Chicago. Desde então, os dados se tornaram um marco de resistência e organização dos trabalhadores.

O 1º de Maio no Brasil: Das Greves à Consolidação de Direitos

No Brasil, um dado começou a ganhar força no início do  século XX , impulsionado por imigrantes europeus que trouxeram as ideias anarquistas e socialistas. Foi somente em  1925 , durante o governo de  Artur Bernardes , que o  1º de Maio  foi oficializado.

Mas foi com  Getúlio Vargas , a partir dos anos 1930, que a data se tornou um símbolo de conquistas. Vargas usou o discurso trabalhista para anunciar benefícios, como:

  • Criação da CLT (1943)  – Consolidado direitos como férias, 13º salário e jornada de 8 horas.

  • Salário Mínimo (1940)  – Garantia de um piso remuneratório.

  • Descanso Semanal Remunerado  – Direito ao respeito sem perda de salário.

Nas décadas seguintes, especialmente durante a  ditadura militar (1964-1985) , o 1º de Maio foi cooptado pelo governo como uma festa “apolítica”. Porém, os movimentos sindicais, como as  greves do ABC Paulista  nos anos 1970 e 1980, liderados por  Lula  e  o novo sindicalismo , resgataram o caráter de luta da data.

Conquistas Recentes e Desafios

As mobilizações trabalhistas continuam a render frutos:

  • Redução da Jornada  – Algumas categorias conquistaram jornadas menores, como bancárias (6h) e telemarketing (6h).

  • Licenças  – Ampliação da licença-maternidade e paternidade.

  • Trabalho Doméstico  – A PEC das Domésticas (2013) garantiu direitos antes inexistentes.

  • Combate ao Trabalho Escravo e Infantil  – Avanços na fiscalização e penalizações.

Porém, os desafios persistem:

  • Precarização  – Com o crescimento das plataformas digitais (Uber, iFood), muitos trabalhadores ficam sem garantias.

  • Reformas Trabalhistas  – A flexibilização de direitos, como a reforma de 2017, gerou debates sobre retrocessos.

  • Desigualdade  – A diferença salarial entre gêneros e raças ainda é grande.

1º de Maio em 2025: Resistência e Futuro

Neste ano, sindicatos e movimentos sociais levantam bandeiras como:

  • Aumento real do salário mínimo

  • Redução da jornada sem corte de períodos

  • Fim da terceirização indiscriminada

  • Direitos para trabalhadores de aplicativos

Em um mundo pós-pandemia, com inteligência artificial e automação mudando o mercado, a luta por  trabalho digno  segue mais necessidade do que nunca.

O 1º de Maio não é só um dia de descanso. É um dia de lembrar que todos os direitos trabalhistas foram conquistados com muita luta – e que ainda há muito pelo que luta.

“A luta pode ser longa, mas a vitória é certa.”  – Lema histórico do movimento operário.

Fontes: OIT, CUT, historiadores laborais.

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