Biden anuncia pedido de R$ 2,5 bilhões para Fundo Amazônia ao Congresso dos EUA

Presidente dos EUA fez anúncio, adiantado pela Casa Branca, durante de fórum sobre clima e energia com líderes mundiais. Lula participou de encontro.

Foto: Divulgação / TV Brasil


O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta quinta-feira (20) oficialmente que pedirá a seu Congresso US$ 500 milhões (cerca de R$ 2,5 bilhões) para o Fundo Amazônia, o programa do governo brasileiro que financia ações de combate ao desmatamento na Floresta Amazônica com verba de governos estrangeiros.

O valor é dez vezes mais que o inicialmente planejado por Washington em fevereiro, quando os Estados Unidos anunciaram intenção de aderir ao fundo brasileiro, que financia ações de combate ao desmatamento. O governo brasileiro, segundo o blog da Julia Duailibi, se desapontou com a quantia.

"Eu vou pedir verbas para contribuir com US$ 500 milhões para o Fundo Amazônia e todas as outras atividades relacionadas ao clima nos próximos cinco anos para ajudar o Brasil a renovar seus esforços para acabar com o desmatamento até 2030", declarou Biden durante um fórum virtual sobre clima e energia realizado pelos Estados Unidos com líderes de 26 países que são os maiores emissores de gases do efeito estufa.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do encontro.

Mais cedo, a Casa Branca já havia informado, em um documento, a intenção de Biden de pedir o valor mais alto ao Congresso, horas depois de o Conselheiro de Segurança de Biden, Jake Sullivan, e o assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para Assuntos Internacionais, o ex-chanceler Celso Amorim, falarem ao telefone.

O valor anunciado é dez vezes mais que o inicialmente planejado por Washington em fevereiro, quando os Estados Unidos anunciaram intenção de aderir ao Fundo Amazônia, durante encontro entre Lula e Biden.

Na reunião, ele pediu para que as "divisões geopolíticas" não atrapalhem o trabalho dos países de combate ao aquecimento global. A fala de Biden vem em uma semana de conflitos diplomáticos entre Brasília e Washington por conta de falas de Lula durante visita à China na semana passada.

Lula criticou os Estados Unidos e disse que o país e a Europa são responsáveis por prolongar a guerra na Ucrânia.

No telefonema entre Jake Sullivan e Celso Amorim, o conselheiro norte-americano expressou preocupação dos Estados Unidos com a fala de Lula, segundo fontes da Casa Branca.

"As divisões geopolíticas não devem torpedear a luta climática mundial (para diminuir a temperatura) em 1,5 grau. Propus ao G20 um Pacto de Solidariedade Climática , no qual os grandes emissores fazem esforços extras para reduzir as emissões e os países mais ricos apoiam as economias emergentes para conseguir isso", disse Biden na reunião virtual.

Em 2020, durante a campanha presidencial que o levou à Casa Branca, Joe Biden prometeu liderar uma iniciativa para arrecadar US$ 20 bilhões (cerca de R$ 101 bilhões) para ajudar no combate ao desmatamento no Brasil, sem mencionar diretamente o Fundo Amazônia. O dinheiro ainda não foi arrecadado.

Fundo Amazônia

Criado há 15 anos para financiar ações contra o desmatamento e a emissão de gases de efeito estufa na Floresta Amazônica, o Fundo Amazônia é financiado por governos estrangeiros - Noruega e Alemanha são os principais doadores, e Reino Unido estuda adesão.

O fundo foi paralisado em 2019 pelo governo do presidente Jair Bolsonaro. Em novembro de 2022, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a reativação do fundo em um prazo de 60 dias.

Após a eleição de Lula, a Noruega e a Alemanha anunciaram a retomada do financiamento. Ambos os países haviam cancelado sua participação no programa também em 2019, após a vitória de Bolsonaro.

G1

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