ANDRÉIA SADI: Bolsonaro não está em silêncio: inconformado com derrota, faz barulho ao não condenar atos antidemocráticos

Ao se omitir sobre tumulto, Bolsonaro tenta conseguir mais tempo como “presidente do caos”, sem condenar ou repreender os bloqueios nas rodovias feitos por seus apoiadores.

Análise - Jair Bolsonaro não está em silêncio – tampouco nega a aliados a vitória de Lula nas urnas no domingo. Ele está inconformado ao perder pela primeira vez desde que disputou uma eleição para vereador nos anos 1980.

O que ele quer é mais tempo como “presidente do caos”, ao se omitir diante de mais um tumulto – como os bloqueios antidemocráticos nas rodovias – sem condenar ou repreender apoiadores bolsonaristas que estão nas estradas também inconformados com a democracia.

Em grupos de WhatsApp com militares aposentados e integrantes do governo, circulam mensagens de bolsonaristas comemorando os bloqueios que atrapalham a vida da população.

Sem obter êxito na reta final do segundo turno, Bolsonaro sabe que foi derrotado, mas não se conforma: ainda no domingo, buscou saber se a fiscalização de militares nas urnas do segundo turno havia encontrado algo. Quando foi informado de que não, de que tudo estava correto, o presidente foi dormir. Na segunda, ao acordar, iniciou o processo da sua transição particular: tentar prorrogar seus últimos dias na presidência fazendo o que sabe de melhor, que é muito barulho sob o signo do caos.

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