Universidades federais perdem mais de R$ 220 milhões da verba bloqueada pela União

Justificativa do MEC é que o valor será remanejado a outros órgãos para pagamento de despesas obrigatórias

O Ministério da Educação (MEC) informou, nesta quinta-feira (9), que metade dos 7,2% do orçamento destinado às Universidades públicas federais brasileiras para 2022, ainda bloqueados, serão remanejados para outros órgãos para pagamento de despesas obrigatórias

A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) tinha a expectativa de desbloquear o valor total, no entanto, foi surpreendida com a decisão do órgão e estima perda de mais de R$ 220 milhões.

“A situação que já era bastante preocupante, agora se torna insustentável. A Andifes trabalha para a reversão total do bloqueio, e vai agora redobrar esforços para obter a recomposição do valor cortado e o desbloqueio do valor ainda bloqueado, sem os quais fica inviável para as universidades manterem seus compromissos e atividades neste ano”, alerta o presidente da Andifes, Marcus David, em comunicado, que pretende agora recorrer ao Congresso Nacional. 

O Reitor da Universidade Federal da Bahia, João Carlos Sales, definiu a medida como ataque. "Não é só o bloqueio, parte do bloqueio se tornou o corte efetivo, porque agora se deslocará recursos do orçamento para outros ministérios. É muito grave essa situação e, de fato, mostra um projeto de ataque à educação, à cultura e à ciência", diz Sales ao Metro1.

O Ministério da Educação anunciou na última sexta (3) a redução do bloqueio de 14,5% para 7,2% nos recursos de uso discricionário das universidades federais. Com os 3,6% restantes bloqueados e sem possibilidade imediata de reverter o processo, ainda segundo David, acarretará impacto direto nas universidades, afetando despesas de restaurantes universitários, bolsas de monitoria, extensão e manutenção científica, além de custos de energia, água, segurança, e nos contratos de manutenção e limpeza.

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