CONQUISTA: Com assistência integral à gestante, SMS busca reduzir riscos de mortalidade materna

Neste mês de campanha do Maio Materno, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) também tem colocado essa pauta com uma das prioridades em todas as ações desenvolvidas

Foto: Divulgação/Secom PMVC


O sábado (28) foi o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna, que é um indicador importante da qualidade de saúde ofertada às mulheres e que pode ser influenciado pelas condições socioeconômicas e raciais de uma população. Neste mês de campanha do Maio Materno, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) também tem colocado essa pauta com uma das prioridades em todas as ações desenvolvidas.

Entende-se por mortalidade materna a morte de mulheres durante a gravidez ou até 42 dias após o parto ou aborto, por complicações obstétricas, condições de saúde pré-existentes ou por questões sociais e de logística.

O ginecologista e obstetra, Renivaldo Lapa, que atua no Centro de Atenção À Vida (CAAV), explica que as causas do óbito materno são multifatoriais, mas algumas delas se sobressaem, como as hemorragias pós-parto, a hipertensão, as infecções pós-parto, os partos obstruídos por distorcia, quando o bebê está sentado ou atravessado e não conseguiu nascer, e complicações relacionadas ao aborto inseguro.

Em média, 40% a 50% das causas de mortalidade materna podem ser consideradas evitáveis. “O atraso no reconhecimento nas condições modificáveis como os hábitos de vida, tabagismo, etilismo, sedentarismo, estresse, obesidade, pressão alta, diabetes, além do atraso na chegada ao serviço de saúde e no tratamento adequado. Essas são as principais causas das altas taxas de mortalidade materna e é um misto de situações”, ressaltou o médico.

Dados da mortalidade materna

Em 2020, o Brasil era o 105º país com a maior taxa de mortalidade na América do Sul, taxa maior que Peru, Chile, Equador, Argentina e Uruguai. Dados do Ministério da Saúde mostram que, no pico da Covid-19 em 2021, a mortalidade materna no Brasil aumentou muito. No ano passado, foram quase 77% mais mortes que o registrado em 2019, antes da pandemia. Segundo o DataSUS, foram 2.796 mortes maternas em 2020 e 1.576 em 2019.

Em Vitória da Conquista, a Secretaria Municipal de Saúde tem uma Câmara Técnica de Investigação de Óbito Fetal, Infantil e Materno, com profissionais que se reúnem para analisar os casos de mortalidade materna e, se comprovados, se seriam de causas evitáveis. O obstreta Renivaldo é um dos integrantes da Câmara Técnica e segundo ele, de 2017 a 2022 apenas em 2020 não foi registrado caso de mortalidade materna em Vitória da Conquista, no restante do período foram 14 óbitos. Entre eles, haviam alguns que poderiam ser evitados.

Assistência na rede de saúde

De acordo com o médico Renivaldo, é possível reduzir os óbitos maternos com ações que são ao mesmo tempo simples e complexas. “Simples como captar as gestantes para as consultas de pré-natal o mais precocemente possível, simples no sentido de oferecer os subsídios de cuidados, medicamentos, atividades físicas, educação em saúde e de higiene. Complexas quando precisamos garantir que as políticas nacionais sejam executadas e respondam as reais necessidades locais da população”, afirmou.

A coordenadora das áreas técnicas de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente na Atenção Básica, Gislany Fontes, destaca que a redução da mortalidade materna é um objetivo nacional e também do município. “Para isso, reconhecemos a importância de qualificar a assistência e a melhorias no acesso, desde o planejamento familiar, na gestação, parto e puerpério. Isso envolve não apenas a assistência na Atenção Básica nas unidades de saúde, mas a integração de todos os níveis de atendimento de baixa, média e alta complexidade”.

A Atenção Básica é fundamental nesse processo, pois é a grande articuladora desta rede e o cuidado integral com a saúde da gestante tem a capacidade de reduzir as chances de complicações e óbito materno.

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